03
Dom, Ago

destaques
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Poesia nos prepara

para derrota do coração.

Emoções que poemas desentoquem

são símbolos de louça, êmbolos

mônadas fenícias, árduas nuas primícias

ou rocas supremas e críveis

pelos fios da palavra amamentadas.

Poesia é pórtico da náusea

sua mais prima matéria crassa.

Poesia senha para que emoções

corroam o ser humano quando

descobre a sua animalidade essencial.

É preciso escrever versos como ondas impotentes

cegas, belas, mutiladas, recorrentes, súbitas.

Se poetas são um fracasso

poesia não é culpada da dor humana.

É preciso que a consciência moderna se deteriore

e volúveis estirpes se perpetuem

para reconhecimento da poesia

como cerne nupcial do homem

(sua derrota pela prosa).

Poesia excita os sentidos do futuro

e aos poetas súbitos súditos da impaciência

a palavra indica o futuro (enigma posto a deposto).

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Murilo Gun

REVISTAS E JORNAIS