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Dom, Jun

destaques
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Estábulo e demiurgo, exegese de

pedra, corcel espumando entre cardumes

de rochas ancestrais, expressão e

expresso amalgamados e insubmissos,

arrolamento de êxtases, inventário de

desejos sublevados e puros embora obscuros

mas beirando a palavra, esgotamento

sonoro da natureza em sua feição

animal e humana e em sua pétrea

diversidade autônomia e ribeirinha da

casa e do Cosmos... eis a

poesia de Perse ... "bela como o

sânscrito".

 

 Salmos alados recolhe como

pássaros de sílabas subitamente

revoando o infinito. Total entrega

à volúpia da linguagem,

verbo que refrata o obscuro lasso

a verdade incondicional burguesa e derrubada...

e que abismos da voz trazem

salvação do verbo.

 

Eis a instável e irredutível palavra

poética em ato despotencializando

velhos significados e condenando ao

inferno filológico os sentidos tradicionais.

 

 

Murilo Gun

REVISTAS E JORNAIS