Ante a 13º folha branca chego
ao amparo de um cubano charuto (cinza)
e 12 doses da metálica vodka danzka (líquido).
Não se dispersaram ainda os eflúvios
líricos dos etanóis dinamarqueses... continuo.
Ao longo do esplendor lírico ou alcoólico não sucumbo.
Sigo rumo líquido do poema incessante.
Lassos elos e amarras, vou além do pó
desarmado espírito livre que a incansável
eternidade instiga contemplo a poesia.
O eterno habita os olhos do infinito
traço a corromper o branco da página
tormenta segue, milênios passam
palavras jazem aos pés da mão
e se levantam como muralhas expugnáveis
de densos labirintos verbais pretéritos erguidas.
Que chispas de Lezama avivam.
Que o irruptível amanhã a chorar murche.
Lágrimas de êxtase desabem sobre o
ombro do umbral da nova e vadia poesia.