Chinelos arrastando pó de fantasma
pelos intranquilos assoalhos da velha casa
orvalhos de abismo contemplando rente
a ocasos de pedra e retratos antigos.
Do amor do tório, da virtude do urânio
dos esqueletos do adro, do turibulo de coivaras
da lixa do cacto
da cigarra do pátio do mosteiro (trêmulo somrascante)
do lume enforcado do claustro amanhecendo
da cobra sem lábio do cerne impotente
das núpcias do vago, do aberto da aurora
do império do lúbrico, da fonte do ignaro
vem o meu nome sem viço, fedentino, avaro
como uma nascente noturna, um intervalo
de vasta esterilidade crucificado
conjurado de sais letais, de fonte deserta banhado.