Muro demorado vencerei (e a suas morosas areias)
com cavalos que humilharão ventos
com astúcias corsárias de ulisses
derrubarei fortalezas que me prendem
atam a ti e a outros alheios a mim
(tranque fio da parca, poema, por três horas)
abrirei masmorras que sou (urnas desalmadas)
em que encarcero fantasias (e livros avaros)
algemadas a minha sina de verdades obscenas
presa do desamparo sem pena sigo
vida ambulante mais de carne que de palavras
(que me trancafiam, afivelam ânimo a pântano).
As celas da alma são puras de mácula
são prenhes de treva, iluminadas de limo. (Liberte-as).