Brisa vai percorrer
todos os surdos ângulos do labirinto
ébrio eco de medo reverbera
nas paredes de pedra e lenda.
O touro vai bafejar vértices escuros
regar da luz lasciva dos olhos
prometéicas entranhas
vísceras de arúspice derrotado umedecer
vai ofegar, arfar sobre o bando medroso dos homens.
Vai esgueirar-se
crescente faro das virgens o dirige
ao centro temeroso do mundo
nele expiará sua paixão, e sonhos
lúbricos como os ósseos
horizontes de Cnossos.
educar a pedra e a sombra
duro silêncio cultivar
às avessas como
viés de horas (VCA)
Sempre a palavra
afirma outra coisa
e nega a si mesma sempre (VCA)
O intestino fio arejar
tino remoto cobrir de fina pátina
macerar a hora com fermento escuro
a escuridão tanger para
pântano de sangue que virá
do hímen e do ânimo do mundo.
A mão de Teseu é irmã
do alfange visionário
de que é servo o herói.