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Seg, Nov

destaques
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  Caminho esmo, erma sina, os meus

toda ondulação silenciosa da alma sinto

toda ambrosia do corpo bebo

entre sombras de esplendor profundo

cria das estrias do inconcebível sou

adepto do mor negrume

do broche de azeviche

da greda do espírito

onde o submerso dorme

e o balé de pedra ronda

sigo, e sono temível e indevassável toma

meu demônio sonâmbulo, acorrenta-o a mim

sua jugular negra e pura

vigília de vulcão não me alucina ou macula

silêncio do sal dilacera

sonho inabordável que vive

rude samba de meandros

em meio à sombra de labirintos

da treva de prata veloz meus olhos vivem

enquanto alma se ensimesma

dos insinuantes corredores nus

para incólume frevo das paredes do espírito.

 

Urano Asteróenth urrou (eu vi) quando

Gaia criou o céu estrelado de Kant.

 

Às Ménades crias do vinho

e às sanhas do frenesi, ofereço

este delírio verbal

brumas do mar branco da mente

ondas de areia do instinto

dunas irrespiráveis da palavra.

Murilo Gun

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