Morto
apodreço com cerejas
céu decompondo-se
me protege
das injúrias do temor
do ar mutilado
da retina imóvel em que
não pouse borboleta
nem rato se esgueire
pelas órbitas
abóbadas brancas
passagens ósseas
e ecos da caveira
do cego e escuro porto do peito
não vingue azul
nem do limo nômade
nem de velhas náuseas e
venha o normal.






