A poesia exige frases lapidadares (lavor de de joalheiro verbal ou economia de lápide). O verso não deve faltar ou sobrar.
O poema é uma caixa floreada de enigmas, cuja forma depende do melhor modo de abrí-la. E ver o que as palavras queriam dizer. Ou ouvir.
A concisão participa do significado.
Em prosa, vale mais o hermetismo (o intra ou o interdito, a consideração (ou concepção) do sentido como algo secreto, não facilmente dado – e nisso reside sem prosaico mistério. Mais do que preciosismo que se revele pelo vocabulário difícil e rico (tipo Coelho Neto) ou pelo conceito elaborado de modo fora do comum (Padre Vieira).) do que brinquedo descartável, que a peça, sílaba a sílaba, com instruções prévias de montagem e uso. E devido instrumental litoral, além de pilhas incluídas.
Já rompeu-se a subjetividade romântica a ruptura entre arte e as formas (externas) de os simbolistas punham em relevo na alma suspenderam-se. Para os reinos do inefável foram devidamente varridos. Hoje, a arte está face a face, fio a fio, consigo mesma. Se morreu uma forma, viva a forma!
Se orgia verbal de joalheiros não cola, inunde-se do acaso das palavras e diga o indizável, tudo aquilo que elas ainda não disseram. Permaneça em estado de metáfora durante todo (o) poema.
Igual revolta (ou volta por cima) ocorre ou deveria ocorrer com o conto (lírico).
Às batatas, os escrúpulas. Vamos inovar, ser modernos imoderamente moderno, desregradamente, intransigentemente modernos, rimbaldianalmente modernos, poetas a quem os acontecimento realmente aborreçam... e o búzio das palavras ao azar dadas construam o poema. Busquem candidatos a poeta novos e irrevelados sentidos novos e vivos, desprezam todos os sentidos velhos. Captem novos parágrafos de temos, híferas do futuro, horas do porvir, busquem novas paragens do verbo, para evitar a eterna paisagem romântica, repetida, figurativa.
Escrever novos átimos do espaço e abulam o já abolido. Não temam o presente, em nome do passado. E o que dizer do futuro, onde estaremos dentro em pouco?
A poesia tem papel (na página) criar novas sensações de sentido, abrir estações do êxtase verbal, catárticos caminho construir, além de óbvias trilhas espirituais.
Palavras não são objetivos (nem os representam passivamente). São palavras. O verbo é criador ou não é verbo.
A história de cada palavra é fascinante, mais do que o bom, que está a quem ou além delas, quando poeta, libertando-se do jângal descritivista e passivo a que o condenaram.
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