O eu poético de Generoso forja-se da têmpera de vozes secretas (sopro que alimenta o verbo e acicata a alma).
Porém, Rogério Generoso não é poeta que opere com símbolos, alegorias ou torne vago o real, é uma consciência atuando na realidade, mas não uma mera representação dela. O verossímil não interessa muito. Seu objetivo é parir outra realidade, dar visibilidade ao invisível que forma o real vivo, absoluto de que falava Novalis.
Coisas e palavras, em Através, são signos da presença da realidade que paire entre nós (leitores ou usufrutuários da palavra poética) e a alma do tempo crivada no texto. Detecta-se a dialética do silêncio e da palavra.
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