(à escolha de leitor que rime)
ROBERTO CARDOSO: Numa crônica para a Gazeta de Garanhuns, o excelente jornalista e cronista maior, Roberto Cardoso, filho do Deputado José Cardoso – lembrando Gilberto Gil manda aquele abraço para, entre muitos: “Rossine Moura, jornalista, radialista, contista, cantor, poeta, um grande talento, a fortaleza da voz, hábil amigo e solidário”. “Eliane Simões, da AESGA, profissionalismo, competência e amor por Garanhuns”.
“Selma Mello, busca seus objetivos com garra, uma leoa”. “Dr. Osman Holanda do sistema MONITOR, grande empreendedor”. “Pereira Filho, radialista, jornalista, um serviçal da imprensa, um injustiçado”. “Simão Silva, da rádio Monte Sinai, radialista, forrozeiro, um batalhador”. E “Ulisses Pinto, jornalista decano da imprensa de Garanhuns”. Roberto Cardoso faleceu, 7 anos, 9 meses e 12 dias depois da majestosa crônica Aquele abraço, de que recolhi alguns poucos trechos. Foi publicada na íntegra na Gazeta de Garanhuns, edição 382, de 22.08.2013.
TABUADA: Um vazio, dois vieses, três vexames, quatro pequenas nuances, cinco seis, sete réquiens.
QUESTÃO: Que é a verdade para os vermes? (Basta responder amanhã cedo).
CONTÊINER DE APORIAS: O estabelecimento da verdade é espúrio, além de confuso; caos em pessoa. Um armazém de secos e molhados de cabeça para baixo, objetos apodíticos, álgebras silogísticas estocadas a esmo. Sacos de aporias abertas para todos os lados, arranjados entre tratados peripatéticos (que o estagirita fabricou para lobos) e compêndios agudos heideggerianos meio rasgados. Um pandemônio de irrazoáveis razões. A espera de algum leitor desses textículos para por ordem na baderna da verdade.
POESIA: Jocosa a minha, a tua prenhe de seriedade impertinente.
A VERDADE É O QUÊ?: O que se inventa.
CERVEJA: A cerveja persa (hoje iraniana, mas não nuclear) há 5.500 anos (3500 a.C.) era disputada nos pubs tribais, dentro das grotas... e os persas adoravam encervejarem-se, à noite, à beira das fogueiras, para espantar o calor e as sombras. No entanto, há 9.000 anos atrás (precisamente 7.000 anos antes de Cristo) os sumérios (da mais antiga civilização conhecida) tomaram lautos porres de cerveja (e não havia ainda lei seca). Para isso desviavam até 40% de todos os grãos para produzir a lourinha quente (a geladeira demorou 8.900 anos para surgir). Da literatura alcoolírica brotou uma ode de 4.000 anos antes de Cristo para a deusa suméria da cerveja, Ninkasi.
MILHO: A domesticação do milho (para cuscuz e tortilhas) remota a 8.700 anos.
ÓLEO DE DENDÊ: Não foi descoberto pelos baianos, não. Obtido do fruto do dendezeiro (cuja alcunha científica é Elaesis Guineensis Joaquim), o óleo de dendê puro era apreciado pelos faraós (por sua qualidade laxante imperial, além de ser guloseima para papilas reais).
FLOCOS DE MILHO: Para atender a exigências de dieta vegetariana dos adventistas do sétimo dia, os irmãos Kellogg os inventaram em 1874 (milho fundamentalista, crocante pentecostal).
CAFÉ: É de origem árabe, produto dos mosteiros sufistas, a partir do grão etíope. O Iêmen também tinha cafezais frondosos.
PEIXES RADIOATIVOS: Nova geração de peixes nucleares orbita em torno do mar ao redor de Fukushima, no Japão.
PICLES: Era petisco mesopotâmico, quitute da Torre de Babel. Antes da explosão lingüística, o picles passeava pelas línguas dos pescadores do Eufrates.
MACARRÃO: Quem inventou o macarrão foi um chinês.
CHOCOLATE: Surgiu na América Central, com os olmecas que moíam amêndoas dos frutos do cacau, misturavam o pó com água caribenha, criando uma bebida amara e espumosa. 3.400 anos depois, o piedoso e humanitário Cortez levou o cacau a Europa, onde foi misturado ao açúcar de beterraba, criando-se o atual chocolate.
BACON: Cozinheiros chineses foram os primeiros a salgar barriga de porco bem gordo, que é o bacon.
AÇUCAR: O açúcar é sânscrito.
CREME DE AMENDOIM: Não foi George Whashington o inventor desse acepipe, pois a pasta de amendoim é de origem asteca.
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