Há 130 anos atrás, Nietzsche decretou sem pena (com seu cálamo em riste) a morte de Deus, fato que desencadeou o medo (de morrer também) e a necessidade (urgente) de substituí-lo logo (e Logos) antes que as coisas se complicassem por demais... e esse vácuo primo ( o locus vazio) fosse ocupado (porque o vácuo não dura) por velhos e obstinados demos. E também porque: Deus morto, tudo seria (ou nada seria) permitido. A velha questão, antes meramente jogo abstrato, agora se afiguraria prática... após....
Passado o luto (basto) pela morte de Deus, cabia aos homens inventar uma nova e eficiente moral humana não mais alicerçada em Deus, morto como o filho.
E (pior) se alguém, no âmbito e na vigência desse temporaríssima (e abismal) ausência (inominada), alguém – eu ou o outro, se arguísse o direito de ser deus? Imagine, proba leitora, o cu do boi!.
O problema é que, devidamente – e com todos os ritos, enterrado Deus (embora, a exceção de Nietzsche – e possivelmente o Papa, ninguém fora ao seu inumamento), o Senhor Celeste de todos os Exércitos segue vivo – e bem vivo até demais, mais ainda vivo do que antes de Nietzsche matá-lo com sua prosa fatal e implacável lógica deicida. Morreu sim, louco e sifilítico o pobre Nietzsche, idiota matador de deuses.
{jcomments on}