Nietzsche afirmou que a linguagem tem seu alicerce vital no instinto mais profundo do homem (algo como o ID).
O fundamento natural da linguagem seria o instinto humano. A linguagem seria instintiva, não visceral ou orgânica. Ou artificial (somente). Não seria algo cultural a linguagem, porém biológico. Embora com vigência e função num contexto sociocultural, a linguagem emergiria do mais fundo (do mais id) do ser humano, do seu instinto vital. E o faria (ao homem ou o que fosse) realmente humano. Dar-lhe-ia consciência da sua animália. Viria o homem (e o seu mundo), não o universo que é o homem, não do LUX, mas do FIAT.
Embora essa origem seja só um dislate, um princípio. Após o que ela nunca (a linguagem) nunca mais seria a mesma. Eis o universo da Torre de Babel. De uma única origem, emergência do papel do instinto, ela se desdobraria em múltiplas feições, produtos, diferenciais ou diferenciações. Multiplicar-se-ia como pão, vinho ou peixe. E eis o inverso da Torre de Babel, tudo findaria em poesia absoluta. Única.
Esse Fiat não seria transmitido (como eletricidade – estática) mais sim transmutado como eletricidade extática. E assim faria o homem, no seu curso de crescente diferenciação, transmutar-se, desdobrar-se em civilizações civis.
Eis a linguagem como usina de humanizações, como dínamo do humano.
É que ela (a linguagem) é movida pela fantasia. A imaginação é seu combustível. O desejo (de poder ir além e muito) seu reator, o selo do seu poder. O poder da vontada e a vontade de poder do homem adviria da linguagem. Que é criadora do homem. E a poesia (desde Deus) é a linguagem criadora por excelência, divamente vital. Quem diria: Fiat Dei?
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