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Dom, Jun

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A poesia pagã (antes do Deus único e que se tornou cristão, óbvio, quântico, ubíquo, ecumênico, embora mecânico) era absoluta. Após a chegada do dogma, da religião,

de onde veio a rima e as regras se fincaram (e convenções espirituais enrijeceram a alma humana), a poesia (mística) tornou-se relativa, desde que só Deus (ou a religião) é absoluto.

 

A leis escuras do espírito, foi submetido o verso, e a rima reinou absoluta: místico rima bem com êxtase.

Os dogmas do poema abomino, estão vencidos, varridos (e os poetas de hoje e agora não o sabem).

Munam-se de enxós, machados, cinzeis, plainas, formões verbais e esculpam o poema selvagem e natural da realidade linguística humana. Fujam da linguagem de formiguinhas eunucas, a serviço do coração emocionadinho, praticando a moeda da poesia em curso na lauda da usura.

O grande público da poesia (coitado) quer saber logo tudo, entender de imediato, porque é alienado rato, um joguete do poder.

A única receita possível para “fazer” poema é: faça-o conforme as mais rígidas regras (rímicas e métricas). Depois, quebre-o pé a pé de cima a baixo, de baixo a cima – e no meio exatamente. Desrime-o todo de cabo a rabo... e pronto. Aí está o poema novo, no rumo certo, no curso do futuro, fora das fronteiras do passado.

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Murilo Gun

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