Era um mago alto e lento
macilento de riso vacilante mas límpido
cerimonioso como um pântano
de arabescos úmidos e estrelas cabisbaixas
fervilhando em seu sangue como fuzis ou brasas
(apontados ao peito dos museus atávicos
do Iraque moderno arrasado e inocente.
Ao caminhar criava
curvas caprichosas entre hostes de areia árida
guerreiras dos reinos interiores o escoltavam
espessos dignitários o escolheram
para remota missão em nau arcaica
do zênite enjaulado de seus sonhos vermelhos avistava
a si mesmo
a singrar por escolhos e certezas
por abrolhos enquanto de estrelas lampejas deslizavam
até os olhos vazios do mundo, dizem
que a criatura desovou o demônio
e as florestas comburidas suplicaram
e as fontes sedentas todas sangradas
agonizaram como gravetos espancados pelo fogo
do mais ósseo silêncio retumbou
testemunho do holocaustos animal.