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Admmauro Gommes

Ninguém nasce poeta. Aos poucos é que o desencanto ou o reencanto da vida apresenta-se sob outra face do entendimento e vai-se compondo o novo mundo do ser que vê os fatos com o olho torto (como diria Manoel de Barros).

A percepção aguçada (e incômoda) sobre o corriqueiro, o comum, é que torna o objeto poético interessante seja por sua novidade, estranheza ou elevada carga metafórica, quando em sua forma definitiva no poema. Há, ainda, que comentar a condição de que a arte poética se voltará para o interior do poema ou denunciará o exterior? Como eu disse em outro momento, “Agudas sensações são indizíveis. Dores crônicas, alegrias demasiadas e angústias vitais são amorfas. E por não se traduzir o sentimento profundo, não se admite que o ego atravesse tamanho lamaçal, assim como não se aceita que a poesia absoluta não seja retrato das coisas, mas a “coisa” em si.” Se o elemento poético tiver um olhar mais para fora do texto, que para dentro, será confundido com uma escritura qualquer, jornalística, biográfica, histórica, afastando-se assim da literariedade, condição que revela a força da poesia e do poeta.

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Murilo Gun

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