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Qui, Abr

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2013, agosto, 22, 5 e 55 da manhã. Menos de 15 graus centígrados crus no interior da alma, ou melhor, do quarto, na cama, pouco menos quente no sítio frio de onde pende a gelada escrivaninha, de meia e 3 camisas, cachecol xadrez (tipo Holmes) escrevo.

 

 

Amorosa e inerte palavra rodopiava em meu espírito (espelho de palavras) selvagem se negando ao lápis esculpi-la no mármor da página. Escavo, ou melhor, escrevo com a mão na caneta – o 6º dedo direito. Como se cachalote mortalmente ondulasse na mesa. A peçonhar como musa inábil meu lápis ousa. E letras (serpes) lançam na lauda inocente e sem mácula (ou mancha de tinta) e crescem as serpentes em círculos lascivos mas ofídicos crescentes as mandíbulas dos vocábulos e suas venenosas sintaxes (ácidas, tóxicas, novas). As imagens eslavas porém felinas se lavram na páginas também frias.

Crótalo de metáforas se aguçam. E serpentuoso (ou tempestuoso) maxilar do verbo rasga o branco, o cândido arromba, grafa.

Cresce o poema (falo vital de tinta) em forma de arcanjos azuis. E cruel títere desaba.

Como crescem capítulos das amáveis rosas no roxo interior macio e aromático das pétalas das folhas. Cresce o poema como muro de labirinto, tijolo a tijolo cretense, as paredes atrás da palavra proliferando. Ou como capitéis cresce o poema em forma de corujas vitais e cruciais anjos vocabulares. Portanto vírgula eis a síntese: cresce o poema como meandro do barro do verbo.

 

 

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Murilo Gun

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