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Dom, Jun

Diversos
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É função, papel crucial das revistas, vasculhar o passado da mídia e trazer à tona notícia de revistas que marcaram época. Fiz (como editor desta revista e do jornal O Monitor) matéria sobre a revista de literatura e mundanismo CIDADE, de Garanhuns, de 1940. O faço agora com as revistas SENHOR, dezembro de 1961 (200 cruzeiros) e REVISTA DO NORDESTE nº 9, dezembro de 1958 – Recife – PE (10 cruzeiros). A empresa editora de RN ficava na rua da Glória, 32 – 1º and. e era presidida por Wilson de Moura Lira.

A redação era compartilhada por Múcio Borges da Fonseca e Newton Faria. A capa era uma bela pernambucana, de maiô (não biquini) amarelo: Elizabeth Farias, prima de Lula Cardoso Ayres, matéria de Alexandrino Rocha. Matérias: O bambolê (ou hola-hoop da Austrália) chega ao Recife. (Que tal voltar?). O editor Newton Faria publica crônica sua, que transcrevemos; reportagem sobre modesta cozinheira Maria de Lourdes, de Casa Amarela, que conversa diariamente com São Francisco e atrai multidões.

 

MODA há 55 anos atrás: Para 1959, “robe de soir” de seda pura e gaze chifon (Delange Pessoa exibe). Já a modelo Anne Godden apresenta vestido com busto marcado por uma fita que retém os cortes em abas. Por sua vez, estas fornecem molduras para movimento em pregas findo por laço na abertura da barra.

ARTE: O Gabanga Iate Clube realiza a 1ª Panorâmica Plástica do Recife: 33 artistas, 80 peças, em que Brennand exibiu 3 trabalhos, chamado atenção um rosto de mulher com a cútis branca (monotipia). Na feira de Arte às margens do Capibaribe, Vicente do Rego Monteiro apresentou O Duelo e falou de sua “concepção nova”. “Cícero Dias, o Chagall pernambucano figurou com tela da fase surrealista, da coleção de Caio de Souza Leão”. Nestor Silva, Reinaldo da Fonseca (“Natureza morte”) e Adão Pinheiro, (entre os figurativos). No time dos abstratos: Hélio Feijó, Ivan Carneiro, Ionaldo Andrade, Augusto Reinaldo (falecido em 1957, desastre de avião). Montez Magno (composição em curvas e retas). Anchises Azevedo, José Cláudio e Aluísio Magalhães, com 3 peças.

Reportagem trágica: Dois jovens namorados de 18 anos, ele filho de Deputado, no dia em que o Brasil foi campeão da copa da Suécia, os jovens amantes passaram juntos a tarde e a noite. Foram à vesperal dos brotos no Náutico, lancharam na Torre de Londres (13 de maio) e  depois... se suicidaram. O rapaz suicida de nome Aníbal F. estudou no Colégio Padre Félix, do Desembargador Rodolfo Aureliano... e eu (VCA) o conhecia, pois eu era aluno do 1º ano ginasial. Outras matérias: rapto de busto de jurista em Natal-RN, Cid Sampaio vence eleições de governador. Sob o título César: as invenções de um poeta maior, duas páginas sobre César Leal, que dispara: “o poema é uma revelação e não deve conter, sim, mensagem” (de contenção). “Considero o símbolo, a imagem e a metáfora como sendo elementos imprescindíveis à beleza poética. Não são elementos poéticos o sonoro, incluindo a rima e o puramente gramatical”, fuzila César. Discorrendo sobre estudo em elaboração sobre Dinâmica da poesia, César Leal, há 55 anos atrás, diz que a poesia vem das sombras de zonas abissais do ser e encontra resistência da razão, reage a lucidez da claridade contra o arrebatamento do noturno. Se a razão perde, o poema vale. É disso, do ego e do id que trato (VCA) no livro ID (2013).

A última página, crônica de Mauro Mota. O curioso é que a capa (foto) não contém legenda ou chamadas. Anúncios: Concórdia S.A (DKW – VEMAG), óleo Castrol, Lustres fluorescentes (não LED, ainda), Fratell, Vita, Tecidos Othon, Casas Ferreira, moda masculina, “à vista ou pelo praziário”, Saturno, o astro das baterias heliar, lambreta Jawa 50, motor de 1 cilindro a 2 tempos.

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Murilo Gun

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