Cláudio Veras
A Poesia Absoluta provém de um pensamento emaranhado, tal como o demonstrou o Prof. Admmauro Gommes, no livro A estranha poesia de VCA (edições Bagaço/Ideia).
O poema a cada passo (de sua criação ou leitura) deve ter algo no pensamento (do poeta e do leitor) que o refute, inverifique, recuse, mesmo despreze. Aí reside seu valor. O principio de verificabilidade da teoria ou do tal fato próprio da biologia ou ciência em geral, não se aplica à literatura (à poesia). O reino poético é o da inverificabilidade.
O poema (e o poeta) não precisa de fatos ou medidas que o aprovem nem que o desaprovem. É imune a tais. Por isso é poesia. E esta é o pâncreas do verbo, não o seu intestino.
O que não tenha sentido certo e exato, previsível e objetivo é inverificável. Eis o azimute da poesia. Por isso não cabe teorias, hipóteses, métodos, explicações para o poema, que possam ser e ao mesmo tempo gerar explicitudes e contraditas.
A crítica hermenêutica não se preocupa com posição de fonemas, sílaba a mais ou menos, tipo de estrofação, estilo quantitativo. Busca, antes, a concepção de mundo que traga o poeta à página. Sua weltansshuung.
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