A poesia de VCA vai além do mero e exato verso livre. Apetite furioso de realidade, ele demonstra poeticamente. Ele, que foi militante, na época do nacionalismo e petróleo é nosso pupilo de Gondim da Fonseca, e, ainda jovem, aos 15 anos, criou o Movimento Nacionalista de Vertentes – com um megafone improvisado postado na boca da praça deserta do adro da igreja reacionária da época febril dos fins dos anos 50, e pregava o nacionalismo contra o entreguismo, brandindo os 2 volumes de Estudos Nacionalista e a China e nós, de Osny Duarte Pereira, Roboré contra a Petrobrás, Senhor Deus dos desgraçados (do tradutor e poeta Gondim da Fonseca), etc
. Realidade tal que se oculta e se substitui por simulacros brutais. Fome de absoluto move sua poesia. Usina de sintagmas em tempo integral aberta para a voracidade do ser da linguagem.
Vital aparentemente pratica a arte (poética) pela arte, porém, na realidade, seu verso conduz, carrega uma vitalidade mágica, que, por sua vez, traz nos ombros do verbo uma concepção viril e consequente do mundo, uma cosmovisão moderna, de ponta, dialética sobretudo. E, dela, dessa weltanschuung, poucos (5 ou 10 ou 70 – FAMASUL) bebem dessa água da utopia regeneradora da vida.
A vida, dixit vital, não precisa de tanta realidade, nua, crua e prosaica, púbica e retórica, mesmo contábil, em especial, bursátil; de tanta e extensa (pouco compreensiva) realidade de usura e navalha. Excesso de realidade mata.
Se no princípio foi a inação (ou petição da criação burocrática), porque no fim tem de ser a ação (comercial) de consumação?
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