A poesia absoluta considera a lógica dialética, além da analógica, como indutora da poesia, ou seja, como instância (substituta da fria, discursiva, antissintética e insuficiente lógica aristotélica ordinária) que opera a montagem do sintagma de que se compõe o poema. Vez que, somente assim, é possível atender ao vário e fugidio ângulo do real – que a palavra tende a resumir (sintetizar) e imobilizar, no âmbito de um movimento, em que conceito (ideia) e realidade, ou seja, sujeito e objeto, essência e existência, teoria e prática comunguem... e dessa comunhão ou comunicação brote o poema.
É vital o prélio, embate filológico e dialético, entre conceito e real, ideia e realidade, que cria o movimento vivo do espírito.
É nociva a paralisação ou degradação lógica desse movimento da alma, separando os contrários e inoperando a contradição, dissolvendo o conflito que endereça ao leitor a essência absoluta da poesia, em forma do poema realizado, existente, produto da potencialidade da palavra (que é alma do homem). A insuficiência desse movimento de síntese (entre teoria e prática, conceito e realidade) redunda em defeito na suficiência concreta do processo de síntese (ou sintetização) que instaura o poema, ou seja, urge reintegrar a palavra a seu movimento formal poético e concretizar o poema. Admmauro Gommes da FAMASUL, em conversa com estudantes de letras e este poeta (VCA), afirmou que, sem a instauração do processo de discussão entre o alunato do curso superior de letras (da 1ª à 7ª séries), que redundou na teoria ou movimento literário Poesia Absoluta (ver site poesiabsoluta.com.br), não seria possível se fazer a poesia que hoje brota entre os estudantes. A exemplo de Farla Rosendo, Sylvia Beltrão e Cícero Felipe, entre muitos. O verso livre intimorato libertou o imaginário. A questão, portanto, não é objetivamente a exigência secular (ou mesmo milenar) da métrica e rima. Porém o espírito solto das amaras que estas marcas ocasionam, jungindo a imaginação. Em liberdade de criação plena total.
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