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Dom, Abr

Poemas
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Se existe algo impessoal (no mundo

na vida, na arte literária) em especial

em poesia, é o poema (absoluto) de VCA.

 

 

Quase 99% de “minha poesia” não diz o mínimo

minimório respeito a mim (a ele, VCA).

Não a sinto, não a penso

não a digo, nem a canto: expresso

“espresso-a” como café italiano

no filtro da página, da xícara da alma.

 

 

E CIA

 

Se “minha poesia” evanesce, se

poema dela resultante é vago e forte

(fragile, angelicálico ou diabolical)

se a frase é egípcia

e o sentido habita esfinges

é que é poema absoluto e cia.

 

(É que visa a decomposição

da construção do sentido).

 

As palavras no poema absoluto

não suportam excesso ou falta de sentido

não são alicerces de dados comunicáveis (ou não).

Porém, comungam entre si

e com o infinito da expressão transcendente

e longamente ambígua porque destramente poética.

Porque avidamente primordial.

 

 

São elementos do poema absoluto

a dispersão magistral de sentido

a instabilidade gramatical

a sintaxe enlouquecida

de descentramento criativo

e desconstrução criadora.

 

Como põe-se e questiona

a palavra quando a mesma suporta

ou acolhe, abriga, aloja sentido

a poesia absoluta é uma questão absoluta. Sempre.

 

Como subordina a arte (literatura, em especial)

a um pensamento conceitual

portador que seria do sentido das coisas

humanas ou não, a poesia absoluta leva

a outro extremo por questão de ser absoluta

e não relativa a nada possível

levando leitor a becos de mínimas saídas

a sinucas de muitos bicos

ao se destrinco

a tudo o que se distancie de significados.

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Murilo Gun

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