Com Neruda para quem coração é apenas um móvel
digo que a amo... e ela talvez me ame ou me amaria um pouco
que seja... algum dia... ou noite. Essa é minha esperança meu desespero.
Lembro agora só de seus olhos infinitos... postos em meu trânsito, quem sabe.
E a boca que a tarde contemplou – e se nega à noite – na praça deserta
onde eu estive vagando em busca de um comício... e ela não sabe.
A cada importante dia que meus olhos mal a divisam, sinto
a lapada da tristeza no cenho trancado o coração ao sangrar da vida.
Irrealizo o sonho então de não ver hoje seus longos prodigiosos
tenros olhos tão infinitos... bovinos talvez.






