Do doloroso e verbal ventre náufrago
ou cúbico o veio do poema sulca a página.
À serpente que destrua
a eternidade infinita, que a devore.
Móveis e indecentes cesuras anônimas crio.
Sílabas de silêncio, átonos, salinos, ubíquos
se avistavam dos arredores do grito quais
precipícios brancos recitados.
De quantos e lentos silêncios
se faz o grito?
A cinzelar silêncios cinzentos
ou azuis celestes me contento.
Conhecer, não ser.
Acintosamente suntuoso
uníssono e sinuoso o silêncio
da poesia, sucessão de coleios e lãs verbais
equivocados e perenes, peremptória e
precavidamente absoluta a poesia vale além
do vencimento dos versos abissais.
Toda as cores da poética molécula linguística reuni
na dobra do tempo escancarada
como um cisne ou uma uva azada
sob ângulo cavo ou lívido.
Silêncios cinzelados do buril do grito.
Mônadas extraídas dos átomos da sombra.
Ângulos minunciosos talhados de safiras agudas.
Joias burlescas apaixonadas pelo breu vital.
Como cinzelo serpentes em abril crudelíssimo
Sibilino e exato comungo domingo com a Parca.
A moira me deleita. E sara.
Elucido minúcias de aveia e náusea.
Insidioso abro lacre do átomo e espio
elétrons em desabalados círculos na pista atômica.
O carnaval é uma serpente poética viva.






