03
Seg, Nov

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  Do doloroso e verbal ventre náufrago

ou cúbico o veio do poema sulca a página. 

À serpente que destrua

a eternidade infinita, que a devore.

 

Móveis e indecentes cesuras anônimas crio.

 

Sílabas de silêncio, átonos, salinos, ubíquos

se avistavam dos arredores do grito quais

precipícios brancos recitados.

 

De quantos e lentos silêncios

se faz o grito?

 

A cinzelar silêncios cinzentos

ou azuis celestes me contento.

 

Conhecer, não ser.

 

Acintosamente suntuoso

uníssono e sinuoso o silêncio

da poesia, sucessão de coleios e lãs verbais

equivocados e perenes, peremptória e

precavidamente absoluta a poesia vale além

do vencimento dos versos abissais.

 

Toda as cores da poética molécula linguística reuni

na dobra do tempo escancarada

como um cisne ou uma uva azada

sob ângulo cavo ou lívido.

 

Silêncios cinzelados do buril do grito.

Mônadas extraídas dos átomos da sombra.

Ângulos minunciosos talhados de safiras agudas.

Joias burlescas apaixonadas pelo breu vital.

 

Como cinzelo serpentes em abril crudelíssimo

 

Sibilino e exato comungo domingo com a Parca.

 

A moira me deleita. E sara.

 

Elucido minúcias de aveia e náusea.

 

Insidioso abro lacre do átomo e espio

elétrons em desabalados círculos na pista atômica.

 

O carnaval é uma serpente poética viva.

 

 

 

 

Murilo Gun

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