Insônias naufragaram e se redimiram
vígil pálpebra abandonou o sono
a si mesmo insano
moléculas de vigílias sucumbiram
renasceram visões acesas
insônias se rebelaram
dorso noctívago revelou-se suave
à grave planície e ao torso da noite
onde se ceva.
Aplaca-me sôfrego deus, zomba da carne
apoda-me insone e sacro
suprema ânsia deflagra, arma-me
de tormentos e viris visões, tortura-me
de esperas desesperadas.
Que o mais pequenino grão de lua redija
em sua solidão a planície da alma
que frugal deserto alcandore o sono
de tempestades de muro
e dunas adormeçam o poema.
Lasciva seiva dá-me
em cálices resolutos
das taças eretas derrame-se a alma.
Extinga o sono à recôndita volúpia
à sede veemente, ao prazer sonâmbulo.






