(continuação do poema anterior)
Venho de utopias mecânicas e amestradas sinas
com o cordame da liberdade amarradas
venho de ideias libertárias presa
da armadilha das ilusões mais castiças
venho de rebeldias vencidas
impulsos impotentes
de certezas dissolvidas em ácidos instantes
(nos cadinhos tristes da loucura do amanhã)
pelo aço árido da história
ferreamente diluída
venho de idiossincrasias surdas
medríocres fermentações
(dos vandalismos do espírito sou vivo fruto)
venho de esperas inconclusas
de salmodias ásperas (e musas inquietantes)
CONTINUAÇÃO DA CONTINUAÇÃO DO POEMA
de sustentáculos injustos
de ruidosas imaginações e sonhos pueris
venho de rebeliões feminis
e das corruptas transformações do amido
(das peripécias assassinas do carboidrato)
venho dos contêineres de glicose
que meu avô Pedro inoculou
no porto parco da veia venho.