Na poesia que chamamos de neoposmoderna, a significação insere-se e revela-se na liberdade da forma (livre).
É a forma, não o verso, que é livre. Daí, nisso, reside a confusão estabelecida há mais de 50 anos, na poesia brasileira.
Na nova poética. Verso são linhas de força e não mero veículo de informação, meio do dito (ou dizível). É uma nova situação da palavra contra (que rejeita) o reiterado e esgotado naturalismo poético.
Se há (ou quando...), o significado é esparso e acidental. Não mais como na nossa velha poesia, objeto precípuo do poema (dizia, significar, não ser).
Nessa poética evolutiva, os verbossão deslavados quais muros abandonados ou mares escalavrados de palavras expandidas até o limite da infere infecundidade das formas.
No caso da pintura absoluta de Picasso (em sou período azul – de 19801 a 1805 – a cor azul constitui uma linguagem e vale-se da velha tradição pictórica, desde o azul infernal dos egípcios, passando pela azul cor de tristeza alemão, até as variações azuis dos quadros que Picasso produziu em memória ao suicídio de seu amigo Casagemas (com destaque para o azul lívido ou cor deformada).
Ao conjunto, dá-se o nome azul Picasso.
Ao Picasso, aceitar que a realidade não é a dor, ele reage e suas pinturas, após 1905, traem a cor rosa da aurora e pictoricamente entoa (com tintas e pinceis harmônicos) hinos pictórias à vida plena. É o período rosa se inaugura.
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