Utopia desprezada, desacreditada. A utopia está enferma, é o cadáver insuperável de nossa hora. Quem dum remoto futuro foi rainha... hoje deposta, esquelética, agora quase morta.
Não mais se pode nem alcançar o avatar da loucura... ou pensar no distante brilho das estrelas... porque tudo é naufrágio, nada mais do que naufrágio. O muito longe é parco... lodo exato. Astutas imoralidades nos rodeiam e empolgam: sexo periférico e absurdo nos confortam.
Da intolerância zero passaremos. A redução do mundo a cinza e da vida a números sem cor é vital.
Estamos rapidamente nos tornando objetos moles como os relógios de Dali.
Não mais somos sujeitos, donos de nós, puros, apenas aptos a sujeição, divergentes.
Da vontade da verdade caímos na vontade do poder. Do poder pastoral, hipnótico, ao poder da usura, do aborto. Um passo para trás. Frente já não mais há.
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