Em VCA, a arte está a serviço do absoluto, da verdade... e sua poesia estranha revela mais uma funda inquietação verbal do que uma firme convicção estética... uma preferência por vária transgressão do que submissão a convenções senis.
Sua poesia é segundo a carne... e ele absorve o dom da solidão ovídia (de Ovídeo, no exílio do Ponto Euxino). Como o poeta romano, exilado no cafundó do judas, VCA se axila na solidão urbana e busca refúgio rural em seu tugúrio poético.
Quanto à questão formal, diria, com todo o acúmulo de conhecimento crítico que possuo de sua poesia, que a forma, em VCA, é movimento que adquire e move as palavras na reflexão poética ou refletidas no espelho sublime da página.
VCA expõe, à frente de sua expressão poética estranha, o teorema da solidão em riste.
Sua disposição é refugiar-se na solidão e não habitar ou compactuar com a multidão.
Sua poesia não se vincula, ao mínimo, à subjetiva verdade da paixão, ou não se debruça sobre revelações do coração, inspiradoras ou não, pois todo o sentimento VCA desdenha, no âmbito poético.
Flagra-se uma lenta geometria do fervor a percorrer as páginas de sua vida e os sentidos ou desdireções de sua escrita.
Quanto à sensação, há uma inclinação ao amor, desencarnado ou não, onde o desejo é incoercível. Surpreende-se em VCA o dilema gidiano permanente, que consiste em:
É a carne que excita o espírito... e o dobra ou apenas o espírito que se deprava.
Há uma tendência, em VCA, na incursão ao abismo do êxtase e à preferência pela consequência da evanescência absoluta. É o que denuncia a afabilidade poética vitalina.
Seu poema pendula entre a evaporação (o pássaro) ou a concentração (a pedra), entre a clareza e a dissolução do eu. Daí, que VCA busque no poema o que melhor dê direção ao fervor. À exacerbada fé na palavra.
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