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Dom, Jun

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A moralidade é superior à religião.

A ética devia ser inerente ao ser.

Entre a esperança e o desespero, o que há?

Nada, talvez. Ou tudo o que permita enxergar melhor a nós.

Segundo Bauman, é vital ao ser distinguir para si e o outro o status primordial primário da moralidade, muito antes de nos ensinarem qualquer conteúdo de qualquer forma. A escolha moral e ínsita do ser e de sua natureza, íntegra partilha da humanidade, é essencial à complementação do ser humano. Somos - fuzila o Prof. Zygmunt Bauman: inevitavelmente – existencialmente – seres morais, por formação e condição precípite, sine qua non há como ser.

Ser moral, crava Zygmunt Bauman, não significa ser bom ou mal, mas livres e aptos por condição intrínseca para escolha entre o que qualifica o humano ou o desvaloriza.

E peremptoriamente recrava: “o mal não provém da distorção ou da incapacitação da bondade original por efeito de pressões sociais insalubres ou arranjos humanos falhos”.

A escolha moral induzida pela autoridade – autoritariamente – viola a liberdade e é falha, em sua totalidade.

Bondade não participa do conceito de moral, nem é alicerce ético vital.

A escolha entre o bem e o mal é primordial e prévia à intervenção da autoridade, que a vicia e distorce.

A adesão à moral humana – o que nos torna realmente humanos – independe de assumirmos responsabilidades concretas (ou fiscais) por meio de “contrato, contato, cálculo de interesse ou adesão a causas, mesmo as de aparência moral.

Essa situação de embarque em responsabilidades sociais, de propósitos ideológicos, políticos, pessoais, não há de esgotar jamais – e em tempo ou lugar algum – “a responsabilidade moral primordial”.

Portanto, moral não é o que a autoridade declara, afirme, ensine (no caso a instância educacional oficial ou não) ou você aceite.

Desconfie sempre, com efeito, da autoridade pedagógica ou ideológica, por princípio.

A ambivalência ética é macaca ainda.

O mal é bem inequívoco, o bem muito equívoco.

Não é que a imoralidade seja incurável.

A responsabilidade pela responsabilidade política no Brasil é ausente, desde que nenhum político (ou política) assuma a responsabilidade de aperfeiçoar a desastrada e ineficiente sistemática que nos infelicita e impede a coisa funcionar, como em qualquer paisinho).

No Brasil dos 3 últimos anos, descobrimos o abismo ético que separa cada um do seu ser. A moral contábil brasileira, sensível apenas a pedaladas fiscais e não a corrupções imemoriais, é somente podre. Nada mais.

A ética humana deve e tem de ser um valor absoluto, não intercambiável nem exposto no mercado ou vendido em leilões imorais etc.

Encerro essas anotações proéticas com Dostoiévski: Se Deus não existe, tudo é permitido.

Algo ganha sentido novo se sobre o que desaparece se inscreva.

Após o fim está o novo começo. Nunca antes.

Bauman sagazmente dispara:

“A sensação de modernidade tece sua teia sensata ou sombra para encobrir a ausência, parcial ou não, de fundamento do ser – e assim também propiciar sua reconstrução” – é o que Murilo Gun chama de destruição criativa. “Quando se deveria criar um futuro – ou pós–futuro – indestruído ainda.

O ocidente – agora já tardio ou desloucado, face à pós-pós-modernidade vigente – se sente confiante porque atribuiu à história – segundo o maestro CIORAN – sentido exato e finalidade imediata. Ou seja, curso racional permanente – rio de datas sonorosas. Tipo materialismo histórico ou fim da história e reino da usura.

Sob permanente vigia, por turnos, da providência, da razão e do progresso dos pibs esse pitbulls dos economistas estocásticos.

Então, fuzilaria Cioran: é preciso reformar a Providência, exilar a razão instrumental e proibir o progresso (da usura, em sua forma tecnológica perversa).

Nós, brasileiros, estamos confiantes de que a Reforma da Previdência resolve tudo, na semana seguinte de sua sanção, serão criados 11 milhões de empregos.

O ocidental – diz Castoriadis – é escravo da ideia de liberdade absoluta entendida como pura arbitrariedade, como a alta e rica mídia brasileira conceitua e sanciona e defende a liberdade de imprensa.

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Murilo Gun

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