Há uma insurreição em mim
de antigos e devolutos textos
não das terze rime, mas versos libres.
É uma irrupção verbal amorfa e plena.
Um treno (grego) em que noções
de antes e depois mirraram
esplendorosamente as distâncias entre
eu e eu, eu e outro, eu e o mundo partiram-se
morreram e ressuscitaram
agora no túmulo da lenda moram.
Se fundem o infinito e o fragmento.
Se inacaba o tempo e a lua não mais torna ao mundo vazio.
Silos de instante se avolumam
transes e ritmos pulsam, sítios e átimos dançam
hortas de hora a vida aduba.
O conhecimento vinho não me perturba.