A morte é poliglota, fala
todas línguas da dor
catedrática em desespero
com PHD em último sopro.
A morte é poliglota, fala
todas línguas da dor
catedrática em desespero
com PHD em último sopro.
Meditar sobre crueza do aço
sobre férrea beleza do ouro
sobre cones transcendentais
A aflição de viver não acaba com a morte (do corpo)
porque a sombra (ou o que reste da alma)
continua a sofrer
Às infidelidades (caninas) de Israel
às abominações cremosas de Menassés
(que tanto pecou quanto amorreus)
a ídolos pecadores que me detratam
Eis a pergunta que não cessa
(e não vai calar até ser ouvida ao menos)
de parte dos brasileiros, há mais de um ano.
Esqueleto de eco Narciso deixou
Vital Corrêa de Araujo
É preciso ser minuciosamente corajoso para defrontar a tarefa de escrever um haicai. Em três versos (limitados) expressar o infinito e a eternidade (comungados) e algo mais, apenas com umas poucas palavras.
Renuncia a Morest de Get imortal
torna cruéis casas assírias
deserta como alma do mundo cidade de Aczis.
Receba, povo de Maresa, o Senhor
Aos irmãos Couto, Aqueronte, Estige
através dos quais o barqueiro Caronte atravessa almas
Menassés (fruto de Ezequias e Hefzabá)
era ímpio, vil irmão do ouro, primo da vesânia.
Idólatras altares bem alto ergueu
pódios para Baal
Senaqueribe retorna a Nínive.
Ilesa Jerusalém embala-se com seivas de êxtase, finas volúpias
e sais de estrelas, canções de paz e vitória rubra
como baba derramam-se das bocas fiéis.