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Qui, Abr

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Cláudio Veras

É visível na poesia que VCA usa em seu poema que o vínculo sintático é desprezível em benefício do verso. Que ele escreve, grafa a palavra como lhe doa, sem obediência a regras bastas, clássicas, rígidas: v.g. neoposmoderno (onde os hífens?). Já o sentido do poema, esse coitado, foi pro beleleu há muito. Nem se comenta. Se a poesia é inútil, VCA a faz menos útil ainda. Nisso segue, Leminsky: inutensílio. Então, norma, nexos, genitivos, acecipesvérbicos, conectivos turbo, tudo é plausível mas dispensável. VCA, em lugar de elos sintáticos, utiliza nexos imagéticos. Com clareza imperturbável.

 

 

Na realidade, a poesia de VCA não é para seres inteligentes racionais (ou seres racionais inteligentes). Pois há diferencial largo entre inteligência e racionalidade.

Citando um dos maiores poetas brasileiros (e ensaísta insuperável, embora o Brasil não saiba), José Paulo Paes, em excertos traduzidos ao alemão (a que tive acesso em Heidelberg), adito: “A inteligência intuitiva ou empática (não lógica ou racional) do leitor é capaz de descobrir uma ordem significativa no fluxo de imagens ilógicas, como as imagens oníricas”. É o que ocorre no caso da leitura vital.

Acresço que Breton assinalava: “A imagem é algo provido, não de uma comparação, mas de uma aproximação de duas realidades mais ou menos afastadas”.

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Murilo Gun

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