A agudeza literária, segundo os lógicos, é uma engenhosa expressão, ou do conceito ou do pensamento,
ou da sentença ou do dito inesperado, que, por sua novidade, rebenta o ânimo (torna-o pântano), esclarece obscuros, clareia algo turvo. Pela luz esquisita que empresta doa sentido, comunica (o íntimo) algo (ou tudo) ao sentimento.
Exemplo de agudeza:
é olho sol do rosto
ou sol, olho do céu?
Ou digo: dilúvio de sustenidos
Inundação de bemóis
Coivara de partituras.
Ou: cavalo com ventre de gregos prenhe.
Ou: da harpa ária crio algo etéreo, embora frio.
(Para um Noturno de Troia).