Poemas
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Nenhum dos meus sonhos morrerá

não sei em que sonolenta pátria vivem

nem sei que país sem vigília os acolheu

ou em que escura comarca austral ou escandinava se refugiaram

mas vivem melhor do que eu

 

meus fracassos é que morreram

não deixaram rastros sujos, fumaça, pesadelos

nem cinzas que cobrissem meus triunfos parcos

 

amarguras despi-as cruelmente

depois de vê-las nuas demoli-as em minúcias

 

tenho sombras necessárias a iluminar-me

caminhos esguios ou falazes

rações de medo para demorar-me

nos desfiladeiros ácidos da vida

e orvalho para a face seca

 

também os metálicos lamentos

que acompanham a alma de um homem

 

não tenho o oficio da certeza

nem trago em mim breviários da verdade

 

não tenho a mim nem a ninguém.

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Murilo Gun

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