Entre a manada urbana de autos
e o rebanho de cólera metropolitana
diviso sinal transitório
e o fim da jornada (diária e maldita)
e sinto em mim reiterar o fim
porém ondas de ânimo me desanuviam
o turvo mundo torna-se cristal rútilo
sinto-me selvagem e invencível
como touros cretenses ou cordeiros cristãos
expulso de mim diatribes e lamúrias expulso
porque sou humano, minimamente humano.
Capaz de morrer de amor.
Quando a coleção de desenganos está alta
e todo o quilate da esperança saturada
sem espaço para o prazer e o desespero
é bom descortinar logo algo.
O mal gira em círculos
o bem é uma espiral, logo
o mal se repete (não cresce)
e o bem se avoluma sempre qual vital falo.
A liberdade é vítima do homem.
Assim como a natureza. É da
natureza humana vitimizar o mundo e a si.