Mãos sepultas como portos
entre mares de porcas pérolas
ânsias afagando-se
em bacias de angústias amoedadas
sôfregas orações deliquescendo
navios orando
no molhe, preces de água
singrando bocas fiéis
do cais profano
salmos acenando por marítimas moedas
à sombra dos náufragos lençóis
dos olhos vazios
das mansões assaltadas de náusea
peregrina tédio
mãos morrem atadas.
“Não importam os mundos
que poderei conquistar sozinho
nem as rosas expostas
nas estradas para alegrar os olhos
se não caminhas comigo
(mas se o fizeres aqui estão minhas mãos)”
Mario da Silva Brito
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