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Qua, Abr

Poemas
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Até quando, ninguém me quer?

Hasta quando me quererão.

Cacho triste e côncava sombra

do clarão ingênuo e duro do outro relâmpago

sobrou.

 

Ecos surdos do passado voltam

urde som líquido do futuro o tempo

como água espiralando-se

pelo ralo da vida

dos ombros das páginas secas, poema.

Só resta o silêncio da luz sobressalente.

 

Sob céu anônimo uivam

os lobos da têmpora

e os núcleos dos átomos se fissuram.

Evadindo-se de mim.

 

Ante a boca do feroz vazio

e faminto, desfilamos.

Metálico halo golpeia

catre de fúnebre chumbo.

 

Assim, conheci a canção

veio do som da solidão inteira

que vinha da boca do silêncio noturno

soluço e garganta da poesia.

 

De halo em halo de alumínio e pássaro

a luz pula como sal ou milho

e o fulgor golpeia invólucros.

 

Por que só três luzes em cósmica diáspora

se acumularam nas entranhas fabris do tempo

ou se esgueiraram cascavelmente

pelas bordas das engrenagens civis da vida?

{jcomments on}

 

Murilo Gun

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