Todo purgatório não é branco.
É mentira. Almas só são ímpias.
Fontes são polutas. Cemitérios operosos abutres.
A cada útero, cava-se uma cova.
O útero já é a sombra dela.
À acidez dos ministérios não resiste
sal do cidadão.
Todo ouro é árido. Toda torta certa.
Se for de maçã honesta.
Mortais as fronteiras. Os países estranhos.
Do ignoto poema, o céu de tafetá verde.
De cópulas ridentes e vaporosos gozos
os vértices dos amantes (volúpia de amianto?)
De gozos e dedos, casto encantamento.
O químico célico, Deus, não perdoa, nem culpa.
E do jardim suspenso
do céu sulfúrico apedreja
as vérmicas criaturas e ilusas.
Enquanto rosas apodrecem
no lago de mercúrio do amanhã.
{jcomments on}