Não poetizamos jamais o mundo ou as pessoas
gestos, ações ou encantos do corpo
poetizam-se palavras
(não é o homem criador é o verbo)
ou poetizamo-nos através delas
(independente da ideia ou de sua sombra)
e através das palavras generosas
de suas espessuras e sais de metáforas
poetizamos pessoas, situações
animais, objetos, vazios, vastidões e gestas.
Os que tentam a poesia se desesperam
fracassam, dançam, ficam
no limbo ou no vácuo dispersos
horrorizados porque a poesia é intratável
inseduzida, não admite tentação.
Porque têm horror ao absoluto fracassam.
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