escrito ontem a ouvir Nora Ney
Sonhei o Grito, uivo de cores convulsas
estampado num céu de girassóis famintos
movebos de velozes espirais vivas
espectro de ondas sonoras movidas
por pinceis trêmulos em forma de átomos de gestos
de cores em vórtices ezras
energias cônicas agônicas e sônicas na tela vozes
em fugas pictóricas dinamizadas de belezas
móveis pinceladas de desespero estético
dínamos em convulsões de desespero e beleza
dínamo em convulsão arrastando
o silêncio em camadas coloradas
estratos feéricos em forma de espasmos
estratosféricos amebas cósmicas
pintura tempestuosa ou majestoso redemoinhos
estéticos encaracolando os olhos
céus famintos e pastosos em transe ótico
movidos por cordas de sinuosas cores
grito não figurativo em formas góghicas
escapando da boca agarrando as escandinavas mãos
em gestos de sublimes traçados
revérberos surpensos em forma de cores delirando.
Sonhei O grito de Munch
e seu eco em forma de amenas ressonâncias
varria o sono vital.
Lembro de fluxos de prismas líquidos e moles
de céus ovais de movediças cores
que se rebelavam na tela ondulando.
Magia de vulcões pintados numa tela bíblica
no apogeu de salmos vermelhos e insolúveis
fixos na sede do século.
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