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Qua, Abr

Poemas
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(não tenho ventre e a luz

em mim foi dilacerada)

Sou o acesso à terra da aflição (líquida)

pago infernal pego profundo antro

de onde nem gemidos escapam

(para fora de minha ribeira atra)

sou alimento de treva, ergástulo da alma.

 

Istmo sombrio que ligue

Aqueronte  hórrido, de águas

ígneas e destras

ao arcádio Estige

afluente  sórdido recrio na página.

Por ele flui, poema absoluto.

Rio de soberbas

águas amaras

(não rima com escaras)

rio movido a

vendavais hereges

e heréticas espumas que jorram

ao céu tenebroso

 

rio de águas lodosas e sem rumo

de águas tétricas, intransitivas

(egressas do pandemônio de ilhas)

borbulhante de íris ardendo e rochas líquidas

de rosto férrico e soluto (magmatizadas)

rio de forjas de ventre e fráguas eternas

 

lívida lagoa dantesca.

{jcomments on}

Murilo Gun

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