Proclama a rebelião da palavra.
Aurora de cimento armam-se.
Sons acesos.
A velha parra já não suporta
a ebriedade das gaivotas.
Ramos cedem
asas rangem.
Cones tristes entre geômetras azuis
discerniam galope do hecatombe.
Nesse velino lanço o ímpeto
veloz do verbo que
o papel de feto de carneiro perpetuará.
Os rumores do aroma se perpetuam
no rosto da dama doce cio.
Suicidam-se os vagões a pular
da ponte suspensa sobre o nada.
Os braços do acrobata
Arrancadas ornavam o trapézio.
Lábios de lata, rosto de abelhas lentas
maxilares incompletos e luxações.
Dromedários dançando
as saias rendadas do deserto com sede
os joelhos do oásis gretados
as ambições nômades inteiras
e os sinos dos beduínos campanários
bem sólidos.
Lápides trêmulas mas leves
tremores mortos inteiros.
E a voz vermelha e enorme
empunhava garganta grená.
És tão grande e tão nua, amiga
tremo ante tua beleza clara
a lua de maio do teu rosto
o sol dos tão acesos olhos
os seios musculosos perfeitos
o rostos pleno de auroras
ancas insinuando
maneios nus impávidos
e triunfantes
lábios árduos, vagina louca.
Era um crepúsculo de trigo
integral embora mavioso,
como um encanto negro
o céu parecia coxas intensas
tudo fazia não esquecer o acaso
pendurando num tijolo.
O podre casario deslumbrava.
Um cão de lixo em cio.
O gozo esgazeia.
Rumores de barulho
e migalhas ruidosas
tomavam a sala.
Magistrais guindastos enguiçados
danificavam.
O sol acedendo a clareira.
O campo enodoando do árido.
No céu longo estrelas lutam.
Escuros lupanares da alma.
A matilha do crepúsculo
solta na tarde.
Relógio moles
Escrutam o tempo úmido.
Era um domingo nada brando
Ruidosos amores já não comovem.
Cópulas até em cemitérios aportam.
Os portos sepultos como corpos.
Bananais abruptos porejam.
Dividendos diminuídos ostentam.
Esterco abrigaram as ruas.
Poder oco, corroído como homens.
Caravanas de bestas humanas
deserta passam quais colmeias.
O céu pagão e puro.
Atrelada à dor a bondade.
O mal absoluto já vige.
Não há porque não.
Sobre a mesa lilás o cadáver.
Uma Suécia rasgava boca da febre.
E a fúria desfilava no abdome.
Por debaixo da pele a navalha viva.
De caixa torácica o som de osso
esqueletos dançando
ao longo da sepultura.
Até a saciedade do cu...
O que será da súcia de poetas insones?
Aqui jaz a vida da terra.
A boca roída.
Os olhos já podres.
O coração estanque.
A verdade removida.
O dom vendido.
Leilões de alma a varejo.
Ninhos de ratos às pencas.
Fígado de lobo congelado.
As juventudes laceradas.
Água com focinhos.