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Seg, Nov

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 “Morrer mais completamente ainda,

- Sem deixar sequer esse nome.”

                           Manuel Bandeira

Das vagas do incógnito, de inúteis nadas

de cifras vazias e teoremas esquálidos

de álgebras destroçadas do abdome do exato

das praças onde verdade exposta e crua

como carniça louvada (degustada pérola de tripa)

do cerne de equações caninas insolubilizadas

vem o meu nome adornado de dízimos

e dádiva de dúvidas e letras amaras.

De inúteis uteís o meu nome

baixo relevo das lápides recebe vocábulo

esculpido como delírio cinzela poema

aprisionado no lume que sopro abandona

iluminado pelo círio tão fatigado

pelos olhos do vento indefesos abatido.

 

O marceneiro grego a lapidar cavalos

com veloz cinzel da palavra

no abeto dos templos incrustada

trena de sua astúcia em riste

a medir furiosa altura do mar

buril que desmorona levantado

do olhar certeiro da memória

de sombra pura alvejado como muro que sonha

as hélices da carpintaria árduas da morte

incansáveis

a aridez da treva abrindo olhos sonâmbulos

os símbolos estraçalhados na página escura

insólita baleia Jonas cavalgando

sua víscera sacra apontando

os intestinos do tempo, as usuras das horas.

Versos desconcatenados ao longo da madrugada

de chuva e trovoada de ontem, 29 de janeiro

2016,

o termômetro acusando na colina do Magano 19

graus célsius...

frio inspira, com vodka.

Murilo Gun

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