A luz do elmo e a gota de fúria
que escapam dos olhos de Aquiles cintilam
no trêmulo céu de Tróia
(como amebas enfurecidas ou solitárias)
que escurece ante tão fúnebre brilho
cavalgando entre nuvens
abatendo célicas muralhas brancas.
Olhos de gata de Penélope lançam
fachos e gotas de luz que enchamejam
elmo lascivo de Aquiles
e escuras ânsias briseidas.
Fúria vazando do coração intrépido e duro
de Aquiles endemoniado ante visão
do seu soberbo Pátroclo e amante
sangrando como corça que leão estraçalhe.
A ira beirando gótico olho do herói
a raiva despejada em jorros sobre vísceras de Heitor.
Inebriado sigo jornada página adentro bebendo
a embriaguez de Homero.
Ao sublime vate lendo como se olha uma estrela.
O urro de Tróia queimando
atravessa três mil anos.
Ílio cremada, ira grega esgotada.
Agudo e grego grito esporeia
cavalo que tritura Tróia
com patas de fogo e glória
e lembra verso hiante de fúria nobre
da Patrocleia de Logue.
Eco do futuro tem a forma
do corcel de lei que atropela Tróia
com o simulacro dos cascos epopeicos.






