Ruínas erguem-se dos leitos de trastes
do enorme e curvo acervo de detritos
e gnomos desdentados.
Cães turbulentos do espírito
renovam o areal da memória
vísceras do tempo revolvem
e retiram dos destroços
traços de lembranças.
Ruínas celebram aparatos que foram outrora
glória já escura dos edifícios rútilos que reiteram
em meio à cegueira masoquista dos homens.
À sombra de escombros retratos
de Fênix transitam entre dores
que passeiam chagas sob incêndios de louro.
Só perduram desse tempo impotente ruínas
legado do homem ao futuro
(quanto mais ruínas mais cultura viva).
Oficio das horas, erosão do ócio
hiante destino do rosto a fauce o desabe
e tudo sem retorno.






