Não é que a poesia leve ao conhecimento, à verdade filosófica, à emoção individual, à extinção da transcendência por ser cristalina e pura, por ser extração do espírito em sua forma de verbo, ruído da origem. O bigbang foi verbal. O Fiat, divo.
Na poesia absoluta apenas quem dita suas palavras são o acaso e o conluio de uma pessoa que detém as condições subjetivas necessárias (o dom lírico, o domínio musical, o conhecimento da alma humana) aliadas às condições objetivas ideais (o cacife psicológico, a arte da palavra, o treino da língua portuguesa e a posse do seu coração secreto, que é ritmo da linguagem).