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Dom, Jun

destaques
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                              Com o velo vai-se ilusão

               vem escuro vaso

                       fica brilho do veneno

                           inoculada luz do íntimo

                      gota de cicuta enleva

           o esôfago fero

 

Ao rés onde rolas tremes

sinuosa, infinita (cilíndrica e macia)

temor escande, morte mede, hora teme

sombra frágil, irresoluta

cruéis silvos nomeiam

sonoras bages previnem

assédios da morte (que mordem)

entre nós e guizos te alastras

como o medo que derramas

com alertas cápsulas de ímpia cicuta

circulando de tuas veias para humanas dores atras

gestos metafísicos resolutos

no círculo das serpes doas enlaces

incutes aos cérebros desvarios

circuitos interrompidos tua seiva instala

 

a geometrias azuis caos doas

oblíquos informes, amorfos pendores

ofereces ao que pulsa a imobilidade

e escuro à luz dos vasos que invades

com o buril duplo dos dentes o inerme esculpes.

 

Mensuram tuas ofídicas dinastias

épuras rápidas, botes sem água (ou trégua)

e poliédricas clausuras.

De tudo o que hermetiza o insano és irmã.

 

(Do cálculo do cadinho de tuas seivas más

herdas a matemática diabólica

túnel sem luz ou dia, cápsula da agonia).

 

                                                     Gravatá, 2008

 

Murilo Gun

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