DEDICATÓRIA VITAL
à atenta loucura dos homens partidos
a momentos de náuseas e carnívora ansiedade
à poesia, essa selvagem fábrica de metáforas.
DEDICATÓRIA VITAL
à atenta loucura dos homens partidos
a momentos de náuseas e carnívora ansiedade
à poesia, essa selvagem fábrica de metáforas.
Nas ansiosas reentrâncias da palavra acredito.
Estranho galáxias.
Estupro estrelas.
Segundo Paz, só um poeta recente é nosso precussor e contemporâneo: Mallarmé, cuja missão poética é tripla: encarnar a ausência, nomear o vazio, aprender o silêncio (ou melhor, dizê-lo).
Voz de mirra ergue-se além dos endoendros e da canela
um violino lambe madressilvas árduas
mirtos abraçam oboés
De pedra e espuma a vida.
De efêmeras e macias volúpias o ser.
De clamor em ruína
e insondáveis palavras
Jardim engendra pássaro e flor, engendra
abelha e voo, meio-dia azul e bem-te-vis canoros
além de canículas eclesiásticas, preces de verão
Núcleos de hélio quebrando-se
como bancos americanos
as fianças do céu atômico em fúria fiscal.
O mundo é guiado por forças irracionais e não, como em geral se acredita, pelas rígidas (e lógicas) combinações cartesianas. Salvador Dali.
Chegar a mim é teu destino, palavra
chegar a mim mesmo, pasto faminto de Deus, tocar-me
como entra num porto nu nau errante
Sol enlouque terra
brilhos, fulgores, cânceres aponta.
Aridez ostenta sal