Tardes dormem nas indomadas
veias dos amantes
Um porco conheceu Odisseus
IMORTAL
ei-lo que brota cardo íntegro
sem murmúrios de água
ei-lo frota singrando na sede
ALENTO DE CAVALOS
Não foi uma corrida (heroica e dolorosa)
de touros como a de Salvaterra
nem chusma de centauros em debandada
vertiginosa e oleosa alma dum formulaum
TIME POÉTICO
Criatura de pó e pluma.
Isso é luz ou ouro?
Trêmula flauta de osso.
O POEMA
Como se aportasse na aurora dos significados
e apressasse a identidade dos paramentos de seda
e os esses dessas insidiosas artes das serpentes
À MÃE NOITE
À mãe noite, indevassável e inteira
como um punho, uma rocha, como o céu
a que concede vidência e delírio
GREDA
O segredo degrada
o degredo sangra
de greda é feita a anágua
EIA O ROSTO DA MORTE DE ROSTOS E MORTE (E DO POETA)
Do poeta empoleirado na palavra
do varal farto do verbo vendo
o trânsito eterno do mundo (vasto e vago)
ELEUTHERIUS
Do campo criar corvo never
a rosa e o pulôver
louro para a pira
DÉCIMO POEMA
Luz é raiz... e âncora de matiz quântico.
Cultivo um jardim de raiva no escuro.
Só à república de triângulos resisto.